Não importa o quão atrativa seja a sua startup, se você quer captar investidores, você vai precisar passar por uma Due Diligence para startups.
A Due Diligence é um processo de verificação praticamente mandatório durante um processo de captação de investimentos.
Nesse blog você vai entender melhor para quê serve esse processo, quais são as etapas e como você faz para não ser eliminado nessa verificação tão importante.
Due Diligence é um termo em inglês que significa diligência prévia, e é uma das etapas prévias à captação de investimentos. As etapas para captação costumam ser:
Introdução -> Envio de Pitch -> Call ou reunião -> Envio de mais informações -> Due Diligence -> Proposta -> Investimento concretizado
O Due Diligence para startups é uma “investigação” que o investidor realizará na sua empresa, para ter certeza de que as informações que você apresentou durante o pitch, reuniões e envio de informações estão condizentes com a realidade.
Durante a etapa de Due Diligence, você agrupará documentos, certidões e contratos que validem as informações que você apresentou anteriormente para ele.
Na prática, o investidor quer saber se sua empresa tem tudo formalizado ou tudo desorganizado. Hoje em dia existem muitos golpes e pessoas de má índole, e o investidor quer se proteger disso.
Um investidor quer ver todas as pontas amarradas. Ele quer ver tudo no papel, oficial. Faturamento declarado, sócios dentro do contrato social, sócios sem processos jurídicos nas costas…
Sabemos que algumas tarefas podem parecem muita formalidade e ser bem burocráticas, mas é muito importante que você deixe sua empresa redonda.
Afinal de contas, os seus resultados ou são oficiais, ou não são resultados.
Por exemplo:
imagina que você tenha falado ao investidor no pitch que a empresa faturou R$ 500 mil no ano passado, e ao conferir seus balancetes oficiais, o investidor tenha percebido que seu faturamento na verdade foi de R$ 40 mil?
Se você for pego na mentira ou informalidade, pode ter certeza de que a negociação ou vai se encerrar por ali, ou então os termos vão piorar muito para você.
Por conta disso, é muito importante que você jogue limpo com os investidores e formalize todos os aspectos da sua empresa desde o início, para evitar problemas futuros durante a captação.
O primeiro documento importante é o Extrato do Simples Nacional, onde é mostrado o faturamento dos últimos 12 meses.
Esse é um documento simples de se retirar e que mostra de forma bem clara o faturamento mês a mês dos últimos meses, e é uma fonte super confiável para o investidor verificar que a sua empresa está em dia com os impostos.
Lembrando que esse documento só é válido para empresas inscritas no regime de impostos do Simples Nacional.
Se estiver faltando faturamento para ser declarado, emita suas notas de forma atrasada e explique ao investidor que o seu processo não era automático e você está regularizando. Isso vai mostrar que você quer deixar tudo regularizado daqui para frente.
Além do Extrato do Simples, é importante ter as últimas DREs anuais (Demonstrativo de Resultado do Exercício) assinadas pelo contador.
Nela o investidor vai conseguir analisar de forma simples como está o resultado operacional da empresa. É importante que suas receitas e despesas constem corretamente na DRE.
Por último, é importante apresentar o último balanço patrimonial assinado pelo contador. Os balanços são muito úteis para a análise de ativos, passivos e patrimônio líquido da empresa.
Lembre-se de verificar que todos os ativos e passivos constam corretamente na demonstração.
Bom, esses são os 3 documentos financeiros e contábeis importantes para você separar no seu pacote de Due Diligence, e que a maioria dos investidores gostará de analisar para ficar mais confortável com o investimento.
Quanto mais esses documentos oficiais representarem com fidelidade a realidade do seu negócio, mais seguro o investidor vai ficar de aportar os recursos no seu negócio.
Por último, é importante você mapear suas dívidas. Faça uma lista com todos os empréstimos que foram tomados, com credor, valor da dívida, parcelas e vencimento.
Lembre-se inclusive de incluir as dívidas que a sociedade possui com os sócios!
Com isso, encerramos o vídeo com todos os documentos financeiros e contábeis para você organizar antes da sua captação.
Agora você já tem todos os documentos que comprovam a parte financeira da sua empresa. Isso vai tirar 50% das preocupações do investidor.
E o que mais falta? Falta a parte mais relacionada à sociedade e eventuais pendências com o Estado.
O investidor quer basicamente entender qual é a distribuição de equity entre sócios ou se já tiveram muitos investidores.
O primeiro documento é a última alteração do contrato social da empresa, e basta solicitar ao contador.
No contrato social o investidor vai conseguir ver com exatidão como que está distribuída a porcentagem do negócio entre cada um dos sócios. Será importante também para o investidor verificar se realmente os “sócios” da empresa estão oficialmente dentro da empresa.
É muito comum vermos empresas onde foi colocado o pai ou a mãe da pessoa dentro do contrato social, em vez da própria pessoa (vulgo “laranjas”).
Além disso, o investidor vai conseguir ler no contrato social se há alguma cláusula ou regra que possa de alguma forma trazer conflitos de interesses ou perdas futuras para o investidor.
Outro documento interessante para ser enviado é o comprovante de inscrição do CNPJ, que você consegue tirar no site da Receita de forma bem simples.
É um documento simples e útil para verificar se a empresa está ativa, qual é o seu endereço, objeto social, capital social e quais são os seus sócios.
Por último, você precisa anexar ao pacote de documentos todos os documentos que estejam relacionados a acordos entre sócios, contratos de investimento de outros investidores, opções de compra e vesting de funcionários.
Na prática, todo e qualquer contrato que preveja qualquer distribuição de participação societária.
Esses documentos são o suficiente para o investidor ficar confortável com a sua estrutura societária e investidores passados.
O último passo do Due Diligence para startups são as certidões negativas, que você deve retirar junto ao site das autarquias do Governo, para comprovar que você não tem débitos pendentes.
A primeira certidão que você vai retirar é o Certificado de regularidade do FGTS.
Assim você vai conseguir mostrar ao investidor que não possui nenhum débito relacionado a FGTS. Você consegue emitir essa certidão no site da Caixa.
A segunda certidão que você precisa retirar é a Certidão negativa de débitos conjunta da PGFN e RFB.
Com isso, você comprova que não tem nenhum débito tributário com o Estado, e você consegue emitir essa certidão no site da Fazenda.
Por último, falta a Certidão Negativa sobre ações trabalhistas expedida pela Justiça do trabalho.
Com isso o investidor comprovará que você não tem nenhuma ação trabalhista em curso, e você consegue emitir essa certidão no site do tribunal superior do trabalho.
Documentos financeiros
Documentos societários
Certidões
Pode existir investidores que irão cobrar documentos adicionais, mas com esse pacote você já está preparado para deixar 90% dos investidores seguros.
Aproveite e coloque esses documentos em uma pasta compartilhada, como Google Drive ou Dropbox, ou em uma pasta zipada, de forma que seja facilmente compartilhável com investidores.
Assim você vai mostrar uma dose extra de preparo e organização na hora do Due Diligence.
Se você está nesse momento tão importante para sua startup, a StartupHero pode te ajudar!
Somos especialistas em auxiliar startups a fazerem melhores negociações com investidores (investidores anjo, aceleradoras, fundos de investimento e plataformas de Crowdfunding).
Através dos serviços de Valuation e Pitch Deck, nossos clientes aumentam suas chances de atraírem investidores qualificados e negociações com bons termos para a empresa.