M&A para startups é um assunto que tem sido cada vez mais falado no mundo dos negócios.
Quando uma empresa atinge a sua maturidade existem duas possibilidades para continuar o seu crescimento.
A primeira delas é chamada crescimento orgânico, onde você consegue aumentar a sua receita usando estratégias internas e a segunda é chamada de crescimento inorgânico que é uma forma de aumentar receita com a compra de uma empresa do seu segmento.
Um caso muito famoso desse crescimento inorgânico aconteceu com o Itaú que comprou uma participação na XP Investimentos e na corretora americana Avenue.
A empresa realizou esse movimento visando aumentar as suas receitas, conquistar um público diferente do habitual e trazer um novo portfólio de ofertas para seus clientes.
Essa estratégia de comprar uma outra empresa é chamada de M&A e é muito comum para empresas de grande porte.
O grande diferencial é que, ultimamente, empresas de menor porte como as startups atingem rapidamente a sua maturidade, precisando procurar novas formas de aumentar a sua receita.
Assim, uma das saídas adotadas por essas startups é copiar um movimento muito tradicional de grandes empresas que é o M&A.
O M&A (mergers and aquisitions) é uma sigla em inglês para o processo de fusões e aquisições entre empresas. Basicamente, dizemos que uma empresa passou por um processo de M&A quando compra, é vendida ou faz a fusão da sua empresa com outro player do mercado.
Um processo de M&A é um ponto muito importante na vida de uma empresa e altera significativamente a sua estrutura.
Quando ocorre uma aquisição, ou seja, a sua empresa compra outra, é preciso que uma série de fatores sejam ajustados.
Diferente de um investimento, onde uma empresa vai comprar apenas uma parcela pequena da outra, na aquisição a empresa compradora tem total domínio da tecnologia e processos da empresa que está adquirindo, podendo assim usar da forma como preferir.
Já um processo de fusão, ou seja, onde duas empresas relativamente do mesmo porte vão se unir, é preciso levar em consideração a cultura.
Se uma empresa que tem uma cultura mais corporativa se unir com uma empresa com a cultura mais tecnológica e startup, com certeza acontecerá um choque de culturas.
É preciso que seja determinado qual cultura irá prevalecer e como os melhores pontos de cada empresa vão continuar existindo.
Apesar de possuir grandes desafios, os processos de M&A são uma ótima forma de conseguir alavancar a sua empresa.
Empresas que são consideradas startups possuem um modus operandi bem diferente de organizações tradicionais, por isso, é comum acharmos que certas regras não se aplicam a elas.
Startups buscam o crescimento acelerado, focando muito mais em “queimar caixa” para conseguir aumentar a sua receita. Já em empresas “tradicionais”, o foco está totalmente voltado para o lucro e reinvestimento do mesmo em seu crescimento.
Acontece que quando uma startup atinge a sua maturidade e se torna uma scale up, precisa encontrar novas formas de aumentar a sua receita, pois o dinheiro dos investidores que sustenta a queima de caixa não é infinito.
E a melhor forma de conseguir esse aumento da receita é utilizar o tradicional M&A.
Aos poucos, as startups do mundo todo acabam tendo que adotar práticas mais voltadas para empresas tradicionais do que para uma startup.
O M&A ajuda a uma jovem empresa a entrar em um mercado até então não explorado, ajuda a trazer talentos para o seu time e até mesmo conseguir uma nova tecnologia que vai acelerar o seu crescimento.
Apesar de ser algo relativamente novo nesse mundo, podemos verificar que muitas startups estão adotando a estratégia de M&A com sucesso e conseguindo atingir níveis que não conseguiriam sozinhas.
Um caso bem interessante de aquisição aconteceu com a Uber que comprou a startup chilena Cornershop por mais de US$ 1,4 bilhão.
Qual foi a estratégia da Uber por trás disso?
A Conershop é uma empresa que faz entregas de supermercado, ou seja, você pede através do aplicativo e um representante da empresa faz as compras por você.
Apesar de já possuir o serviço Uber Eats, a compra da Conershop ao mesmo tempo que trouxe uma nova oferta para Uber, conseguiu complementar a estratégia da empresa de ser um delivery de tudo.
Os M&As também podem acontecer do lado contrário, ou seja, uma startup sendo vendida. A RD Station, empresa voltada para automação de marketing, foi vendida para a TOTVS por R$ 1,86 bilhão.
A estratégia foi semelhante a adotada pela Uber, comprar uma empresa para complementar o seu portfólio de produtos. A diferença aqui está no fato de ser uma startup sendo vendida para uma grande empresa e não uma startup sendo vendida para outra startup.
E em um último exemplo, temos a fusão de startups como aconteceu no caso da união entre a MaxMilhas e a 123Milhas.
As duas startups atuam no mesmo segmento, venda de passagens aéreas. A estratégia por trás dessa união está em conseguir fortalecer as empresas como um todo e expandir as operações.
Em todos os casos, o M&A se mostra como uma alternativa muito boa de crescimento que se paga no longo prazo.
Acredito que após ler tudo isso o M&A possa parecer uma estratégia viável para a sua empresa, seja no curto ou no longo prazo. Mas, antes de pensar em sair por aí comprando outra startup ou vendendo a sua empresa, é preciso entender os motivos de se fazer um M&A e verificar se o seu negócio já está nessa fase.
O primeiro motivo para se fazer um M&A é aumentar o seu portfólio de produtos e, consequentemente, a sua receita.
Como falamos acima no case da Uber, as empresas podem comprar as outras para aumentar o seu leque de ofertas para o mesmo cliente. Faz parte do processo de crescimento de qualquer negócio tentar conseguir mais receita do mesmo cliente, o que acaba sendo mais fácil e rentável do que vender para um cliente novo.
O segundo motivo para se fazer um M&A é para adquirir a tecnologia. Pensa um pouco, se a sua empresa vai entrar em um novo mercado agora, é mais fácil construir uma tecnologia totalmente do zero ou comprar alguma startup que já possui essa tecnologia pronta?
Comprar uma startup que já tenha essa tecnologia pronta acelera muito a sua curva de sucesso com o novo produto.
Um bom exemplo disso foi a Google que comprou a empresa que fez o sistema operacional Android por US$50 milhões no lugar de criar um sistema inteiro do zero.
O terceiro motivo para se fazer um processo de M&A é o chamado acqui-hiring. Nessa estratégia, o valor de comprar uma empresa não está na tecnologia em si, mas sim nas pessoas que estão na empresa. É basicamente um M&A de pessoas.
Nesses casos, a marca em si acaba desaparecendo e as pessoas são incorporadas na nova empresa.
A Apple é mestre em fazer acqui-hiring. Segundo o próprio CEO da empresa Tim Cook, a Apple está comprando uma empresa a cada 2 ou 3 semanas.
O grande ponto é que não ficamos sabemos dessas aquisições exatamente porque, em sua maioria, se trata de acqui-hiring. Um dos M&As mais recentes da empresa foi a compra da startup Platoon que está no mercado musical.
E o último motivo para se fazer um M&A é para a união de forças. Esse é o caso da MaxMilhas com a 123Milhas, empresas que juntas serão muito mais fortes e conseguirão atingir maiores resultados.
Seja qual for o motivo que você planeja fazer um M&A, é importante entender esse processo e saber que existem grandes desafios pela frente.
É claro que quando vemos uma notícia de M&A feito por startups ninguém te conta o que acontece nos bastidores. O M&A pode ser um processo complexo que vai exigir bastante dedicação da sua parte como empreendedor e aqui estão os desafios que você vai encontrar.
Esse é um dos principais fatores em um processo de M&A. Um processo de M&A geralmente vai demorar mais de um 12 meses. É importante que você esteja preparado para o que pode acontecer e tenha como dedicar tempo e foco para esse processo, pois vai exigir bastante atenção e dedicação dos empreendedores.
Como falamos anteriormente, mesmo que você compre uma outra empresa, a cultura é um fator determinante para um M&A dar certo. Se a cultura é muito diferente entre as empresas, é importante que seja determinado qual delas irá prevalecer.
Não é possível que as duas coexistam, se forem muito diferentes.
Quando uma empresa vai comprar a sua ou você vai adquirir outra empresa, uma parte fundamental é o processo de Due Diligence.
A Due Diligence nada mais é do que uma auditoria que pode ser feita pela empresa compradora ou por uma empresa terceirizada, em que vão ser analisados todos os aspectos societários e contábeis da empresa alvo.
O objetivo aqui é entender se existe alguma inconsistência nos números da empresa ou se algum aspecto societário pode ser impeditivo para o andamento do M&A.
Outro ponto bem importante do M&A é chegar ao valor justo da empresa que está sendo alvo do processo. Quem está comprando sempre quer pagar o menor valor e quem está vendendo quer vender pelo maior valor possível.
Esse é um impasse bem comum e se não for resolvido pode acabar com uma negociação. A StartupHero é a maior avaliadora de startups e PMEs do Brasil e podemos te ajudar a saber o valor justo em uma transação de M&A.
Muitas pessoas acabam achando que quando se faz um M&A e vende a sua empresa, você automaticamente passa tudo para o nome da empresa compradora e já pode sair do negócio. A realidade não é bem assim.
É bem comum que exista um período em que o empreendedor responsável pela empresa que está sendo vendida precise continuar no negócio para transmitir todo o know-how para quem está comprando. Pode ser um período de 2 a 4 anos, em média, mas ele é muito importante para que ocorra uma transição suave.
Os empreendedores acabam achando que se você for comprar ou vender a sua empresa por, por exemplo, R$ 10 milhões, esse valor vai ser pago inteiramente na conta corrente de quem está vendendo.
Não é sempre assim que acontece. Existe sim a possibilidade do pagamento da compra ser feito totalmente em dinheiro, mas em alguns casos, como o da Uber com a Cornershop, o pagamento da compra pode ser feito através de ações da empresa compradora.
Basicamente, é feito um Valuation das duas empresas para se achar um valor justo. Sabendo quanto cada empresa tem de valor, você consegue fazer a troca de ações.
Exemplo, ceder 10% da sua empresa para comprar 100% de outra.
Também é comum ocorrer o misto, ou seja, a empresa compradora pagar parte em ações e parte em dinheiro.
Por último, temos o earnout. Quando uma empresa é comprada, é possível condicionar o pagamento do valor a algumas metas.
Como o Valuation da empresa é feito baseado no futuro, o comprador pode colocar algumas metas para serem atingidas e o pagamento ser feito conforme essas metas forem atingidas.
O M&A é um processo que é muito vantajoso para a sua startup, mas ele possui diversas etapas a serem cumpridas. É importante que você domine essas etapas para que a negociação não se encerre de forma ruim.
Você pode fazer um M&A sozinho, sem nenhuma ajuda? Pode sim, mas vai ser bem mais trabalhoso e, com certeza, muito mais demorado.
É como vender uma casa, você pode até fazer sozinho, mas um corretor especializado vai ter uma expertise grande e vai aumentar a sua taxa de sucesso e valores embolsados.
Aqui na StartupHero somos uma espécie de corretores para compra e venda de startups.
Ajudamos empresas de todo o país em processos de M&A, atuando desde a preparação da empresa para o M&A até encontrando potenciais compradores.
Se você está pensando em comprar uma startup, vender a sua ou fazer uma fusão, entre em contato com a StartupHero que temos soluções inteligentes para poder te ajudar.